Para a maioria dos produtores rurais, a hora da venda daquilo que é colhido na lavoura é o momento de maior dificuldade. Muitas vezes não há comprador garantido e o preço é regulado pelo mercado. Ou seja, varia de acordo com a oferta de produto. Por conta disso, seguidas vezes os rendimentos acabam não compensando um investimento maior no aumento da produção e na qualidade dos produtos.
Mas no que depender de uma proposta que a BBF Indústria e Comércio de Alimentos está trazendo para Vale Real, a realidade pode ser diferente para aqueles agricultores que firmarem parceria com a empresa. O empresário Antenor Ramos já conta com alguns agricultores parceiros, mas a ideia é ampliar o número de fornecedores, tanto de hortigranjeiros quanto de frutas. A busca por novos agricultores conta com apoio da administração municipal, em especial do responsável pela Secretaria da Agricultura, Araci Lindomar de Brito.
Conforme explica Antenor, a parceria compreende todas as etapas da produção, podendo até mesmo envolver o fornecimento de sementes ou de mudas. “Firmamos um contrato de parceria com o produtor, onde antes mesmo de plantar determinado produto ele já sabe o que vai ganhar depois da colheita”, diz o empresário.
São buscados produtores interessados na produção de feijão-vagem (macarrão e holandesa), abobrinha, quiabo, pimenta-de-bico, pimenta-dedo-de-moça, pimentão (verde, amarelo e vermelho), ervilha, goiaba, pêssego, laranja de umbigo e uva. As primeiras parcerias com agricultores vale-realenses foram estabelecidas no final do ano passado e até o momento as negociações envolvem feijão-vagem macarrão, goiaba e quiabo. “Temos mercado e a ideia é ampliar muito mais esse trabalho”, reforça Antenor.
Para os administradores vale-realenses, a BBF é mais uma importante conquista para o município e para os agricultores, que estão ganhando uma nova opção para venda de seus produtos. “É uma possibilidade real de diversificação da produção, historicamente muito focada na produção de uvas”, afirma o prefeito Édson Kaspary (Tida). De acordo com ele, até mesmo para a uva a empresa oferece uma nova alternativa de negócio, uma vez que se dispõe a comprar o produto embalado.
O dirigente ressalta que a parceria do poder público se dá apenas no sentido de oferecer apoio e intermediar as tratativas com agricultores, sem no entanto envolver qualquer tipo de incentivo fiscal. “Desde o primeiro momento demonstramos total interesse em receber esse empreendimento e isso fez a diferença. O importante é que nossos agricultores aproveitem mais essa oportunidade que está surgindo”, ressalta.